Autora: Xinran
Editora: Companhia das
letras
Ano: 2011
Tradução: Caroline Chang
Pgs: 268
Resenha:
A jornalista Xinran fala de sua experiência ouvindo histórias de
sofrimento de diversas mulheres por toda a China, mães que não conseguiram vive
a maternidade plenamente devido à velhas tradições ainda arraigadas, por terem
dado a luz a bebês do sexo feminino. Xinran demonstra como uma antiga tradição,
o isolamento e as dificuldades das áreas rurais, e a lei do filho único
contribuíram para o abandono, e muitas vezes até mesmo o assassinato, de
meninas recém-nascidas.
“A primeira mãe que conheci que havia perdido sua filha”.
“Meu nome é Waiter – não no sentido de alguém que serve uma mesa em um restaurante, mas no sentido de alguém que espera por um futuro que nunca virá.” Pg. 29
Uma jovem universitária, ignorante sobre o sexo e suas conseqüências,
fica grávida do namorado, que acaba a abandonando. Tendo que lidar sozinha com
a situação e temendo a reação dos pais, ela conta apenas com a ajuda de um
casal de estranhos, que cuida dela durante a gravidez. Porém, depois do
nascimento da filha, ela fica novamente sozinha e pior, sem trabalho. Num
momento de desespero, e preocupada com a filha ficando cada vez mais fraca
devido a fome, ela acaba abandonando o bebê num orfanato. Meses depois, já
empregada, ela volta ao orfanato para buscar a filha, mas descobre que o
orfanato não existe mais e não nenhum registro de para onde sua filha foi
enviada.
Essa é a primeira das 10 histórias transmitas por Xinran. As histórias
não foram romanceadas, são contadas da mesma maneira com a qual chegaram até
Xinran. São elas:
“As mães de meninas têm o coração cheio de tristeza”
“A história da parteira”
“A lavadora de pratos que tentou se matar duas vezes”
“Guerrilheiros do nascimento extra: um pai em fuga”
“Mary Vermelha do orfanato”
“A mãe que ainda espera nos Estados Unidos”
“Um conto moral dos nossos tempos”
“Laços de amor: pedras e folhas”
“Floco de Neve, onde está você?”
Além das histórias, também há alguns apêndices com mais informações
sobre o assunto, como por exemplo, as leis chinesas de adoção e suicídios entre
as mulheres chinesas.
“Mas tem uma coisa que eu gostaria de lhe lhe perguntar. Você pode me dizer como se faz para ter um filho homem?” Pg. 52
“Ela chora quase todas as noites e diz que sonhou com as meninas. Não acredito. Damos duro o dia todo, não temos tempo para sonhar!” Pg. 109
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Minha Opinião:
Ótimo livro! Xinran escreve de maneira leve e simples. O livro é
comovente, mas também informativo. Mostra a realidade das mulheres na China,
principalmente na área rural. Também demonstra o lado negativo da lei do filho
único, que acabou, acidentalmente, prejudicando os bebês do sexo feminino nas
áreas mais humildes da China.
Por Favor, Comentem!!
Muito legal seu post, estou lendo esse livro no momento...a escrita da Xinran como sempre direta e simples, mas de uma forma que nos faz sentir o drama das pessoas. Também já li dela "Enterro Celestial", recomendo muito! Bjs
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